Os cenários para a retomada das atividades de aulas nas universidades precisam ser pensados. Isso é fato! Mas, muito tem sido refletido sobre o não improviso da retomada. Dentre diversas variáveis levantadas por especialistas, o papel histórico das universidades públicas na luta pela inclusão, acessibilidade e democratização do ensino tem sido um dos argumentos centrais postos. O perfil sócio-econômico dos estudantes, alunos com deficiência, condições de acessibilidade são razões pelas quais docentes e estudantes das universidade públicas defendem a necessidade de um debate melhor qualificado para a proposição de um plano de retomada das atividades, especialmente se incluir o ensino remoto [1]
Na UFAL, o debate sobre a retomada da oferta de disciplinas curriculares obrigatórias por meio do ensino remoto tem movimentado a comunidade.
Recebemos o documento que foi enviado a PROGRAD UFAL por diretores de unidades e coordenações de cursos que, não se apõe ao debate sobre o retorno das atividades através de ensino remoto, mas apresentam a necessidade de discutir melhor e planejar de forma mais organizada os cenários de retomada das atividades.
Importante destacar que os docentes e técnicos não estão de férias, portanto, permanecem desenvolvendo outras atividades acadêmicas de pesquisa, extensão e ensino tais como orientação de TCC/dissertações/Teses, reuniões de grupos de pesquisa/de estudos, reuniões administrativas, participação em bancas de defesa de trabalhos acadêmicos, seminários virtuais, lives, debates virtuais entre outras atividades.
O documento elaborado por cursos de graduação apresenta a seguinte proposta alternativa ao que foi proposto inicialmente pela PROGRAD e que fomentou na comunidade acadêmica posições favoráveis, mas também, críticas ao formato encaminhado:
Proposta alternativa à continuidade de tramitação da Minuta de Portaria
A partir das colocações apresentadas até o momento neste documento, manifestamo-nos contrários à proposta de minuta do PAE apresentada pela PROGRAD. Tal posicionamento não significa, entretanto, que nos colocamos, em princípio, contrários ao emprego de estratégias de aprendizagem não presenciais durante o período de emergência e contingenciamento decorrente da pandemia da COVID-19. O que propomos é a construção de um Grupo de Trabalho do Fórum de Colegiados de Graduação, com participação precípua de representações discentes (DCE e Centros Acadêmicos), com o objetivo de realizar um estudo metodologicamente rigoroso sobre as condições tecnológicas, sociais e emocionais de todas as pessoas que compõem à comunidade acadêmica da UFAL. Tal proposta é essencial de ser implementada porque, somente a partir da reflexão crítica sobre os resultados deste mapeamento, será possível construirmos estratégias educacionais para atividades curriculares não presenciais durante esse período excepcional. Os dados do mapeamento não apenas nos oferecerão condições de pensarmos a viabilidade das atividades curriculares não presenciais, como também poderá subsidiar reflexões sobre carga horária de estudo semanal, tempo de duração de cada ação, métodos e materiais a serem utilizados, organização de rede de atenção psicossocial e pedagógica.
Para ter acesso ao documento clique aqui
[1] - O debate sobre a continuidade das atividades escolares tem tomando conta da agenda educacional no contexto pandêmico. Nesse sentido, a EAD tem se colocado por alguns especialistas e até mesmo o governo e CNE como alternativa em razão do fechamento das escolas/faculdades/universidades. Nessa discussão muitos têm confundido ensino remoto, uso de ferramentas tecnológicas com EAD. A EAD como se sabe trata-se de uma modalidade da educação com conceito, metodologia, formato próprio aprimorado em anos de pesquisas e experiências; diferente do ensino presencial que pode utilizar ferramentas tecnológicas como suporte ao processo do ensino-aprendizagem, por exemplo, mas não se trata de EAD, assim como o ensino remoto. A respeito desse debate sugiro a live da ANPED, Educação a distância: universidade e pandemia
