O momento é de unidade e luta, sem abandonar a crítica.
1- Docentes e Estudantes: *A greve na UFAL e nas demais universidades continua, pois 60 assembleias de docentes, incluindo a da UFAL, rejeitaram a proposta do governo e o ANDES apresentou uma contraproposta.* Nós não somos uma categoria local, mas nacional, por isso nossas tomadas de decisões sobre valorização salarial e recomposição do orçamento, são tomadas levando em conta a vontade da categoria espalhadas em 69 universidades.
2- A assinatura do acordo com a federação Proifes não é reconhecida pelos professores federais. A Proifes não tem carta sindical e apenas 11 sindicatos filiados. O Andes tem 61 seções sindicais e o Sinasefe tem 90 seções sindicais filiadas. Além disso, a Proifes não tem carta sindical. O ANDES e o SINASEFE têm carta sindical para representar os professores federais.
3- É preciso ver esse movimento com a Proifes por dois lados: do ponto de vista do governo, a Proifes está servindo à função para a qual foi criada: ser a cadeia de transmissão dos governo do PT. Como o próprio governo disse na reunião, "iria arriscar dar o tiro no pé". O outro lado é que o véu da Proifes caiu! A proifes se revela para a categoria docente nacional, algo que nem todos enxergavam, apesar dos inúmeros avisos e críticas feitos ao longo dos últimos 20 anos. Deste lado, do meu ponto de vista, a Proifes sai derrotada! Arrisco dizer que haverá ainda mais desfiliação da base da Proifes e retorno de seções sindicais ao Sindicato Nacional, ANDES.
4- Aqui na ADUFAL, temos feito a crítica à direção local pelo "flerte" que tem feito com a PROIFES.
5- Na última assembleia, após as minhas críticas a uma certa visibilidade que tem sido dada a PROIFES nas matérias da página da ADUFAL, enquanto nas redes sociais não se vê sequer a logo do ANDES-SN que é o Sindicato que nos representa e somos filiados, a diretoria respondeu dizendo que era "fake news". Quem acompanha o Movimento Docente de perto e compreende os bastidores da política do sindicato sabe que a crítica foi verdadeira. Não à toa, as diversas matérias antes da greve e durante a greve sempre vieram com os materiais da PROIFES para instruir à categoria diante de uma costumas crítica à condução da direção do Sindicato Nacional.
6- Nas assembleias que tivemos, devemos lembrar, que as propostas da PROIFES, também foram apresentadas pela direção local e sempre com críticas contrárias à proposta do ANDES-SN; não estou dizendo que não se deve fazer à crítica, ao contrário. Estou mostrando um determinado método que tem uma relação de "flerte" da direção local com a PROIFES. E digo isso, porque, não de forma oficial, ,já escutei por diversas vezes em reuniões propostas de diretores e de colegas que fazem parte do grupo de base da direção local dizerem textualmente, que a ADUFAL deveria se desfiliar do ANDES e se filiar a PROIFES. Por outro lado, já vi outros diretores e colegas sendo contrários. Portanto, não é fake news o fato de que diretores têm, sim, um desejo de que a ADUFAL estivesse ou esteja na PROIFES.
7- Na última assembleia, não tivemos que ser submetidos a nada que viesse da PROIFES; Minha avaliação é que a diretoria fez a leitura política do movimento: as bases estavam e estão indignadas com a PROIFES, portanto, não se arriscaram em falar nada relacionado ao PROIFES.
8- *É preciso enterrar de vez aqui na ADUFAL o fantasma da PROIFES. Quem nos representa é o ANDES e a ADUFAL. Já houve quem propôs no passado desfiliação da ADUFAL e eu, sempre fui categórico: Não! Construímos a UNIDADE POR DENTRO E COM EMBATES E CRÍTICAS, fortalecendo o MOVIMENTO DOCENTE através do nosso sindicato. Como filiado da ADUFA devemos exigir que nunca mais esta ou outra direção apresente proposta em assembleia ou na página da ADUFAL de uma entidade que não representa a categoria, não tem legitimidade democrática e legal e, dá golpe nos professores. *#FORAPROIFES*
9- Convido os colegas e as colegas a observarem atentamente os movimentos nacionais e locais. Localmente temos 2 reuniões essa semana *NOVAMENTE* no CTEC e CECA. Antes de iniciar a greve essas reuniões, no Campus A.C. Simões, também aconteceram. É nessas unidades que a direção tem um dos maiores colégios eleitorais a seu favor. Me questiono porque as reuniões não foram em outras unidades já que aconteceram antes da greve.
10 - Considero que vamos observar 3 movimentos de agora em diante: 1 - o movimento para acabar com a greve de imediato porque são contra a greve e o "golpe" já foi dado. 2- O que considera que a greve deve acabar a médio prazo costurando uma saída unificada já que o golpe foi dado. 3- O movimento que buscará convencer o fortalecimento e o prolongamento da greve na tentativa de dissuadir o governo. Fiquemos atentos na próxima assembleia a esses movimentos, especialmente à fala da direção local.
11- Precisamos exigir que a diretoria local entre com uma ação contra a PROIFES conforme outras Seções Sindicais estão fazendo e orientação da Assessoria Jurídica Nacional do ANDES, pois a PROIFES não nos representa e, nós não reconhecemos o acordo assinado, pois não aprovamos. Queremos continuar negociando.
12- Quanto ao Governo, quem acompanha o governo Lula, especialmente na educação, têm clareza que é um governo de social democracia com características fortes do neoliberalismo na economia. Na educação, quem estuda política educacional, sabe que a agenda do neoliberalismo para a formação está posta nas secretarias e no gabinete desde a sua formação; no aspecto da gestão, também, a reforma administrativa e esfacelamento do Estado Máximo está em operação, sendo substituído pelo Estado da assistência e mínimo nas demais áreas. É nesse sentido que entidades como o ANDES, a ANPED, ANFOPE, UNE têm feito o embate e as denúncias. Essa é um linha tênue, pois nosso tecido social está esgarçado e, parte de nós votamos em LULA seja pelo programa mínimo, seja porque era a única opção frente à direta bolsonarista. Mas, temos clareza dos limites do governo atual e, por isso precisamos fazer as disputas nas bases, nas salas de aulas, nos espaços que circulamos defendendo o que acreditamos e o que queremos dialogando essa realidade. São muitas frentes com lutas. Nesse momento temos clareza que estamos na luta pela nossa valorização e por orçamento para as instituições federais de ensino. Os estudantes estudam e saem, muitos têm consciência da importância de lutar pelas universidades; outra parte não! Os pais ficam orgulhosos das formações que oferecemos, mas em um momento como este, são capazes de ficar contra nós. Mas quem fica dentro da universidade anos após anos vendo a sua decadência somos nós docentes e técnicos-administrativos. Que tal cada curso convocar uma reunião de "pais e mestres" para mostrar a situação da universidade, mostrar o que fazemos? ...
Vamos continuar na luta com unidade no movimento nacional. Esse é o movimento da greve. Agora vamos elevar o o movimento grevista para outro patamar, o que vai exigir de nós resiliência, confiança e unidade.
A GREVE NA UFAL CONTINUA!!! SÓ A LUTA MUDA A VIDA!!
@professorzurckufal (instagram)
tiago zurck (CEDU-UFAL)