Um perfil criado no Twitter que até hoje pela manhã estava ativo denunciou supostos fraudadores de cotas em instituições de ensino superior, dentre elas a UFAL. Digo que estava ativo, pois, após as denuncias repercutirem, por algum motivo desconhecido o perfil "caiu". Estudantes de cursos da área da saúde, especialmente Medicina estão entre os mais citados; cursos estes que abrigam em sua maioria estudantes de famílias com perfil sócio-econômico das classes A e B.
Tal ação ocorre em meio aos protestos antirracistas que acontecem em vários países, manifestações virtuais e debates que estão em pauta na grande mídia.
Outros perfis, também, foram criados para denunciar em outros estados/universidades como RJ, RS, PI, MG, UFS
Em um dos perfis do Twitter que faz denuncias das fraudes Rio de Janeiro está postada uma imagem de uma suposta fraudadora, que escreveu em sua rede: "se a inscrição para a UERJ fosse no final do verão eu teria direito a cotas, pois fico mais negra q a África toda reunida (SIC)"
Segundo o perfil de denuncia em Alagoas o objetivo é "expor todos os fraudadores de cotas das universidades públicas de Alagoas". Vários estudantes da UFAL estão sendo denunciados; até o momento a reitoria não se pronunciou.
As cotas na UFAL foram implantadas em 2003, mas só em 2019, pela primeira vez, o processo de validação foi organizado. Isso se deu, principalmente, em razão do movimento social negro, por meio
do Ministério Público Federal, exigir da instituição uma solução para as diversas denúncias de fraudes. Após um longo debate com o movimento negro, MPF, capacitações, na UFAL, ainda na gestão de Valéria Correia, sob a coordenação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas Dandara e Maninha Xucuru-Kariri (Neabi) foram montadas as bancas de validação de autodeclaração étnico-racial, critério previsto na política de cotas das Ações Afirmativas.
Na Ufal, na graduação, 50% das vagas oferecidas no Sisu são distribuídas pelas cotas. Nessa reserva, concorrem os candidatos que estudaram durante todo o ensino médio em escola pública. São destinadas 50% das vagas para o candidato de família com renda per capita igual ou menor que um salário mínimo e meio bruto. A outra metade das cotas é reservada para negros (pretos e pardos) e indígenas.
O fato é que as denuncias precisam ser formalizadas e as respostas precisam ser dada pelas instituições. Fiscalizar a politica de cotas raciais é fundamental para que não sejam utilizadas indevidamente. É preciso, ainda, que haja um punição para tais pessoas, para além da perda de suas matriculas nas instituições. A atuação da MPF no acompanhamento dessas denuncias é fundamental para cada vez mais coibir que práticas ilegais como estas sejam praticadas.
Na Ufal, na graduação, 50% das vagas oferecidas no Sisu são distribuídas pelas cotas. Nessa reserva, concorrem os candidatos que estudaram durante todo o ensino médio em escola pública. São destinadas 50% das vagas para o candidato de família com renda per capita igual ou menor que um salário mínimo e meio bruto. A outra metade das cotas é reservada para negros (pretos e pardos) e indígenas.
O fato é que as denuncias precisam ser formalizadas e as respostas precisam ser dada pelas instituições. Fiscalizar a politica de cotas raciais é fundamental para que não sejam utilizadas indevidamente. É preciso, ainda, que haja um punição para tais pessoas, para além da perda de suas matriculas nas instituições. A atuação da MPF no acompanhamento dessas denuncias é fundamental para cada vez mais coibir que práticas ilegais como estas sejam praticadas.
A UFAL, a maior instituição pública do estado, com seu compromisso social tem um histórico de luta pela inclusão, acesso democrático dos estudantes. Não diferente, foi que em 2018, aprovou cotas, também, na pós-graduação. E é por ter esse compromisso social de uma instituição pública séria que, acredito, dará as repostas necessárias no rigor da lei.
Nosso repúdio àqueles que se utilizam dessas estratégias para, de forma ilegal, ter acesso a um direito que não lhe é dado. Essa é mais uma prática racista dentre muitas! As pessoas denunciadas não respeitam a luta pelas cotas e negam a sua importância/necessidade em uma sociedade extremamente desigual nas oportunidades profissionais e de acesso à espaços chamados "privilegiados" que são negados às pessoas pretas. O acesso à educação superior por meio de cotas é um dos meios utilizados pela nossa sociedade como forma de garantir que mais pessoas pretas possam ter acesso à tais espaços. Tais pessoas, racistas, estão se beneficiando do sistema e, o mais grave, perpetuam suas práticas racistas no exercício da profissional.
Não basta ser não racista é preciso ser antirracista (Ângela Davis). Punição aos racistas no rigor da lei que a ordem democrática estabelece!
Com informações da UFAL
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Imagem de uma suposta fraudadora, que escreveu em sua rede: "se a inscrição para a UERJ fosse no final do verão eu teria direito a cotas, pois fico mais negra q a África toda reunida (SIC)"


